quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Dela para ela, de dentro dela, por fora dela.

Ela outorgara-se deleitosíssimos alguns minutos de olhar focado no céu que passava lindo pelos seus olhos, em muv, através da janela do carro... Meus caros, o dom da vida é realmente sublime!
Ela percebeu que, tão sublime quanto o dom da vida, é o tesão para vivê-la querendo acertar sempre, querendo fazer o bem sempre, querendo ser útil sempre. Ela percebeu que, na vida, tudo que é bônus pode ser ônus, e o contrário também. Não existe regra para este jogo. É tão sui generis que cada jogador está livre para escolher quantas e quais serão as suas peças. Ela descobriu que nem todos estão prontos para entender que precisamos ir, que precisamos seguir. Ela descobriu que mesmo ela precisa entender o que é ir. Ela plantou coragem em si mesma e prometeu regar. Ela percebeu que dois minutos parada contra a brisa são suficientes para sentir o que deve ir e o que deve permanecer - a brisa, apesar de leve, é sincera. 
Ela descobriu que o tempo e o amor mantêm um casamento perfeito. E percebeu que o tempo às vezes sugere que o amor tire férias por um tempo. E descobriu que o tempo é, além de bom médico, bom conselheiro - e viu que médicos nem sempre curam, mas sempre confortam. Ela percebeu que as coisas verdadeiras resistem a tudo. 
Ela percebeu que, sem medo, nós podemos dizer que tudo aquilo que não deixamos de tentar foi tão intenso e verdadeiro quanto todas aquelas coisas que deram certo. Ela ouviu dizer que, ao beijar os olhos de uma pessoa, essa pessoa nunca mais se esquecerá de você. Ela viu que o "tornar-se inesquecível" inclui pequeninas coisas, que estão dentro de nós, que todos nós temos para dar, que todos nascem prontos para receber. Ela percebeu que não se pode prender borboletas. Ela descobriu que borboletas bem cuidadas serão sempre fiéis às flores em que (re)pousaram. 
Ela descobriu que a certeza é um pontapé gostoso e indolor. Mas percebeu que arriscar vale muito a pena. 
Ela descobriu que o amor é o maior sentimento do mundo, mas percebeu que ele vive sob condições especiais. Uma delas é o respeito. 
Ela percebeu que havia chegado a algum lugar. E viu que sentia-se imensamente feliz por isso. E sabia devidamente a quem dirigir seus agradecimentos. 
Ela confessou que falava dela na terceira pessoa não porque queria se omitir, mas porque queria se olhar de fora, hoje. 





Um comentário:

  1. Ela percebeu o que todos nós percebemos cedo ou tarde: a vida não é tão simples.

    E ele? Ah, ele acaba de perceber que há mais talentos escondidos nesse mundo do que os olhos podem ver! E os ouvidos só sentirão as palavras quando a boca perguntar: "vem cá! Vai ficar tentando esconder esse blog bem debaixo do meu nariz?"

    Ele a parabeniza! Ele a incentiva! Ele a cobra! Porque agora que ele sabe que ela escreve, ela não vai mais ter paz! :)

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