sexta-feira, 26 de agosto de 2011

36 polegadas

Parece que hoje dediquei-me, quase que exclusivamente, a perceber quão efêmeras são as coisas, realmente. E, se são tão efêmeras assim, por que dedicamos tanto tempo na busca? As buscamos como se fossem alguma parte de nossa essência que esquecemos em algum lugar, no infinito, as quais temos que recuperar, visto que são nossas por direito... Na verdade, não são nossas, como também não são de algum outro alguém. As coisas efêmeras simplesmente não podem pertencer (nem a ninguém e nem a nada e nem a nenhum lugar). Hoje, senti-me como Sofia. Sabia meu nome e minha idade. Mas, o que era eu, afinal, além de um nome e uma idade?
Depois de pensar muito e sobre muita coisa, ainda dentro da efemeridade, decidi ater-me ao olhar. Como o olhar humano é, no dia a dia, superficial... Dificilmente temos tido tempo para deixar que nossos olhos penetrem bem fundo, chegando ao coração do interlocutor. Nossos olhos têm ficado pelo meio raso do caminho... Temos perdido preciosas oportunidades de conhecer melhor, de descobrir o que está além. Temos perdido a gostosa oportunidade de imaginar (e ter) as pessoas tão perto; de telefonar só para ouvir aquela voz, de ir lá longe só para ouvir (e sentir) aquela respiração... Tudo caiu. Os ideais caíram, os sonhos, o romantismo e o amor caíram. Todos, sem exceção, vez ou outra, por um dia inteiro ou por um segundo, tem caído na efemeridade. Até eu, pasmem, que vim até aqui porque havia me proposto vomitar essa indignação, encerro esse post pois acho que já não é mais o momento de escrevê-lo. Passou...

Um beijo carinhoso, para guardar no coração. 

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